sexta-feira, 11 de março de 2011

CARNAVAL: EVOLUÇÃO OU DECADÊNCIA

Leia com atenção o texto da repórter Rachel Sheherazade sobre o carnaval, a maior festa popular do planeta. 
"Oh! Abre alas que quero passar."

Esperando a quarta-feira de Cinzas


Aquarela Sonia Madruga www.flickr.com/photos/soniamadruga/4137377400

Rachel Sheherazade
Hoje é quarta-feira de fogo, mas eu não vejo a hora de chegar a quarta-feira de cinzas.
Não, não é que eu seja inimiga do carnaval. Inclusive já brinquei muito: em clubes, nas prévias, nos blocos…. fui até à Olinda em plena terça-feira de carnaval… Portanto, vou falar com conhecimento de causa.
E, como um véu que se descortina, como uma máscara que cai, gostaria de revelar algumas verdades que encontrei por trás da fantasia do carnaval.
A primeira delas: o brasileiro adora carnaval.
Não acredito. Na paraíba, por exemplo, o maior bloco de arrasto disse ter registrado cerca de 400 mil foliões no desfile do ano passado. Mas, a população paraibana conta com mais de 3 milhões e 600 mil cidadãos.
Portanto, a maioria da povo não foi para a rua ou por que não gosta de carnaval ou por que não se reconhece mais nessa festa dita popular.
Segunda falsa verdade: o carnaval é uma festa genuinamente brasileira.
Não, não é. O carnaval, tal como o conhecemos, surgiu na Europa, durante a era vitoriana, e se espalhou pelo mundo afora, adaptando-se a outras culturas.
Quarta falsa verdade: É uma festa popular.
Balela! O carnaval virou negócio – dos ricos. Que o digam os camarotes VIP, as festas privadas e os abadás caríssimos, chamados “passaportes da alegria”.
E quem não tem dinheiro para comprar aquele roupinha colorida não tem, também, o direito de ser feliz??? Tem não.
E aqui, na Paraíba, onde se comemoram as prévias não é muito diferente. A maioria dos blocos vive às custas do poder público e nenhuma atração sobe em um trio elétrico para divertir o povo só por ser, o carnaval, uma festa democrática.
Milhões de reais são pagos a artistas da terra e fora dela para garantir o circo a uma população miserável que não tem sequer o pão na mesa.
Muitas coisas, hoje, me revoltam no carnaval.
Uma delas é ouvir a boa música ser calada à força por “hits” do momento como o “Melô da Mulher Maravilha”, e similares que eu nem ouso citar.
Fico indignada quando vejo a quantidade de ambulâncias disponibilizadas num desfile de carnaval para atender aos bêbados de plantão e valentões que se metem em brigas e quebra quebra.
Onde estão essas mesmas ambulâncias quando uma mãe de família precisa socorrer um filho doente? Quando um trabalhador está infartando? Quando um idoso no interior precisa se deslocar de cidade para se submeter a um exame?
Me revolto em ver que os policiais estão em peso nas festas para garantir a ordem durante o carnaval, e, no dia a dia, falta segurança para o cidadão de bem exercitar o direito de ir e vir.
Mas o carnaval é uma festa maravilhosa! Dizem até que faz girar a economia. Que os pequenos comerciantes conseguem vender suas latinhas, seu churrasquinho….
Se esses pais de família dependessem do carnaval para vender e viver, passariam o resto do ano à míngua.
Carnaval só dá lucro para donos de cervejaria, para proprietários de trios elétricos e uns poucos artistas baianos. No mais, é só prejuízo.
Alguém já parou para calcular o quanto o estado gasta para socorrer vítimas de acidentes causados por foliões embriagados? Quantos milhões são pagos em indenizações por morte ou invalidez decorrentes desses acidentes?
Quanto o poder público desembolsa com os procedimentos de curetagem que muitas jovens se submetem depois de um carnaval sem proteção que gerou uma gravidez indesejada?
Isso sem falar na quantidade de DST’s que são transmitidas durante a festa em que tudo é permitido!
Eu até acho que o carnaval já foi bom… Mas, isso foi nos tempos de outrora.

Agora, faça um breve comentário concordando ou não com  a opinião da repórter. Não esqueça de justificar o seu posicionamento sobre o artigo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ainda que eu falasse

Nessa unidade trabalharemos "A humanidade merece gentileza".  
Iniciando o nosso trabalho começamos nossa aula com o estudo do amor, para isso foi feito a leitura da poesia de Luís de Camões que fala  de um amor possessivo,uma relação homem-mulher. Outro texto interessante foi a carta de Paulo de Tarso escrita em Éfeso, no século I d.C e esta fala de um amor generoso, altruísta, depois acompanhamos a música do compositor Renato Russo que conseguiu unir esse dois amores em um só.
Foi muito interessante  as colocações feitas sobre o amor e a importância de amar e ser amado.Agora vamos revisar os textos trabalhados em sala.

Amor é fogo que arde sem se ver
 
Luís de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
 
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
 
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
 
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
 
 

Monte Castelo

Legião Urbana

Composição: Renato Russo (recortes do Apóstolo Paulo e de Camões).
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.



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